IX. Alice Deste Lado do Espelho

"Em matemática, um sistema de axiomas só pode provar a sua própria consistência incluindo pelo menos um postulado que não pode ser demonstrado no interior desse sistema."
- George Steiner
Nuvem nove. Não somos treze. Há alguém a mais... ou um eu a menos. As paredes deste castelo... eu não me lembro de alguma vez as ter visto.

Se não fizeres uma linhagem vais deixar o trono dissipar-se. Sim, mãe, e quando eu morrer aleatoriamente afogado? Vais ser tu a ficar com a coroa? Não. Eu descobri como evitar que isso aconteça. O que é que queres dizer?

Esta poção; para acabar com qualquer linhagem. Tu não vais fazer isso, é bluff. E a Rainha de Copas que mo diga? Achas que estou a fazer bluff, mãe? Deixaste bem claro que nunca ninguém me vai amar. Porque não torná-lo oficial? Afinal, o que melhor aprendi contigo... é que o amor é uma fraqueza. Corte. Treze são três.

Rapariga estúpida! Achas mesmo que vais ficar mais forte ao magoares-te? Sim, se souber que te vai magoar mais a ti! Bebeu o cálice e caiu no chão em dores. Sai da minha vida, mãe! Gritou. Ninguém vai ficar com a minha chave.

Alice, eu vim aqui para te ajudar. Eu amo-te. Foi por ti que fiz tudo isto. Se eu quisesse o trono... teria sido mais eficaz. Fica com este último aviso de mãe: a única pessoa no caminho da tua felicidade és tu.

Volta para o País das Maravilhas, mãe! Eu não preciso de ti! Corte. Guardei-te num sítio a salvo. Vais sentir-te só, enquanto dormes. Mas nós vamos voltar por ti. Prometo.

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